GLAUCOMA
O termo “GLAUCOMA” representa um conjunto de doenças que têm em comum uma lesão característica do nervo óptico (neuropatia óptica). De forma geral, ocorre devido a um aumento da pressão intraocular levando à morte das fibras nervosas que compõem o nervo óptico. Entretanto, ainda não temos todas as respostas sobre o que leva à doença existindo especulações sobre possível deficiência no suprimento sanguíneo do nervo óptico e fatores oxidativos.
Existem 2 tipos bem distintos de glaucoma, baseado na abertura do ângulo de drenagem:
1) glaucoma de ângulo aberto (mais comum em nosso meio)
2) glaucoma de ângulo fechado (muito comum no sudeste asiático).
É importante sabermos sobre qual glaucoma estamos falando quando queremos saber os fatores de risco que podem levar a uma dessa doenças.
O Glaucoma é a causa principal de cegueira irreversível ao redor do mundo afetando 76 milhões de pessoas em 2020 de acordo com levantamento da Academia Americana de Glaucoma. Estima-se que 11 milhões de pessoas estejam cegas de ambos os olhos em 2020, de acordo com artigo publicado na revista inglesa British Journal of Ophthalmology
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são os pilares de qualquer estratégia de saúde pública no glaucoma, mas pelo fato do glaucoma de ângulo aberto ser assintomático, a sociedade precisa ser educada e orientada a realizar exames oftalmológicos periódicos com o intuito de diagnosticar o que se chama de ” o ladrão silencioso da visão”.
O Glaucoma é uma doença assintomática, por isso é necessário a consulta e realização de exames oftalmológicos periódicos para diagnóstico da doença.
- Tonometria: mede a pressão ocular.
- Paquimetria: consiste em medir a pressão ocular em horários distintos.
- Retinografia: é uma fotodocumentação do “estado de saúde” do nervo óptico.
- Campo Visual: Avalia a capacidade de enxergar pequenos pontos luminosos o que reflete a capacidade funcional da retina e do nervo óptico.
- OCT ou tomografia: exame que faz uma análise detalhada da estrutura das camadas da retina e da espessura das fibras nervosas que formam o nervo óptico sendo muito útil no diagnóstico e acompanhamento dos pacientes suspeitos ou já glaucomatosos.
A forma de se diferenciar o glaucoma entre ângulo aberto ou fechado é através da gonioscopia. Tal exame é realizado acoplando-se uma lente à superfície ocular e observando-se o grau de abertura do seio camerular (região responsável por drenar o líquido que preenche nossos olhos). Entre os vários exames utilizados para diagnosticar os glaucomas estão:
O objetivo principal no tratamento do glaucoma é evitar que a doença leve o indivíduo à cegueira, permitir que realize suas tarefas diárias sem qualquer limitação, manter uma qualidade de vida e autonomia adequadas. Para isso, a única forma de frear a doença é reduzindo-se a pressão ocular através de colírios, tratamento a laser ou cirurgia.
- cirurgias minimante invasivas (MIGS)
- trabeculectomia
- implantes de drenagem
- ciclofotocoagulação a laser
O tratamento inicial de um paciente portador de glaucoma pode ser feito à base do uso diário de colírios ou através da aplicação de laser (trabeculoplastia). Existe uma variedade enorme de colírios hipotensores (usados para reduzir a pressão ocular) devendo o médico conciliar um remédio que consiga ter efeito adequado em diminuir a pressão a níveis seguros sem agredir os olhos do paciente. É importante que o paciente entenda a necessidade de uso diário dos colírios para preservar sua visão, saiba aplicar de forma correta a medicação e seja parceiro do médico no controle da doença. Em alguns casos, pode ocorrer má aderência ao tratamento por parte do paciente (esquecimento em usar as gotas ou abandono por questões financeiras) ou o aparecimento de alergias oculares à certos colírios abrindo a possibilidade de se realizar o tratamento a laser.
A aplicação do laser é indolor sendo feita a nível ambulatorial e em um curto espaço de tempo. O objetivo é o de reduzir a pressão ocular sendo seu efeito semelhante ao proporcionado pelas prostaglandinas (classe de colírios com melhor perfil de redução pressórica). Ou seja, a eficácia do tratamento com colírio ou laser é semelhante devendo essa decisão ser realizada em conjunto entre oftalmologista e paciente.
O tratamento cirúrgico no glaucoma também visa reduzir a pressão ocular para níveis mais seguros protegendo a visão do paciente e reduzindo os riscos da cegueira. Existe uma infinidade de procedimentos cirúrgicos no glaucoma sendo os principais:
Os chamados MIGS-minimally invasive glaucoma surgery-são procedimentos mais modernos que proporcionam redução da pressão ocular com menor trauma cirúrgico. No Brasil, já existe aprovação de alguns desses dispositivos como o i-stent e o kahook dual blade. Geralmente os MIGS são realizados em conjunto com a cirurgia de catarata e além de reduzir a pressão ocular tendem a possibilitar a redução no número de colírios utilizados pelo paciente.
A trabeculectomia é certamente a cirurgia mais antiga entre as aqui citadas e certamente a mais realizada pelos especialistas em glaucoma mundo afora. Consiste na confecção de um túnel entre a parte interna do nosso olho e o espaço abaixo da conjuntiva para possibilitar um novo caminho de drenagem para o humor aquoso.
Os implantes de drenagem estão tradicionalmente reservados para os pacientes onde a trabeculectomia não teve sucesso mas vêm sendo usados como primeira opção em glaucomas neovascular, pós trauma e glaucomas devido à inflamação recorrente (uveíte). O procedimento consiste em inserir um estreito tubo de silicone na parte da frente do olho para que o humor aquoso possa chegar até o reservatório: a região do implante responsável por drenar tal líquido. Existem diversos modelos de implante sendo os mais comuns: Ahmed, Baerveldt e o Susanna.
A ciclofotoacoagulação a laser consiste em destruir ou queimar com laser a região responsável por produção do humor aquoso (corpo ciliar). O procedimento é feito em bloco cirúrgico sob anestesia local e sedação e consiste em aplicar na parte branca do olho (esclera) energia a laser para destruir o corpo ciliar. Tal procedimento é o menos invasivo dentre os citados pois não há necessidade de corte ou de abrir cirurgicamente o olho. Geralmente reservado em pacientes com glaucoma avançado onde a acuidade visual já se encontra bastante debilitada.
De forma geral, ocorre devido a um aumento da pressão intraocular levando à morte das fibras nervosas que compõem o nervo óptico.
São mais susceptíveis a desenvolver a doença:
- portadores de alta miopia
- pacientes acima de 40 anos
- portadores de pressão ocular elevada
- pacientes com familiares
- portadores de glaucoma negros
Sintomas
O Glaucoma de Ângulo Aberto tende a ser assintomático e tem evolução lenta. A perda visual só ocorre em fases mais avançadas e compromete primeiro a visão periférica.
De forma geral, ocorre devido a um aumento da pressão intraocular levando à morte das fibras nervosas que compõem o nervo óptico.
O risco é maior em:
- idosos
- mulheres
- asiáticos
- portadores de alta hipermetropia
- pacientes com familiares que já tiveram tal doença
- portadores de ângulo de drenagem estreito
- pacientes que ainda não se submeteram à cirurgia de catarata
Sintomas
O Glaucoma de Ângulo Fechado geralmente é um quadro agudo (ou seja, os sintomas surgem de repente sem dar sinais) e pode levar à cegueira rapidamente. O Glaucoma de Ângulo Fechado é, portanto, considerado uma urgência oftalmológica devendo ser diagnosticado e tratado sem demora.
Dor ocular extrema podendo irradiar para a cabeça com enjoo e vômito associado (similar enxaqueca), embaçamento visual e olho vermelho são os sinais e sintomas mais comuns do glaucoma de Ângulo Fechado.
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1. O que é o glaucoma?
O glaucoma é uma doença ocular caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, que pode danificar o nervo óptico e levar à perda de visão. É uma das principais causas de cegueira no mundo, especialmente se não tratado adequadamente.
2. Quais são os tipos de glaucoma?
Os principais tipos incluem: – Glaucoma de ângulo aberto: o tipo mais comum, geralmente sem sintomas iniciais. – Glaucoma de ângulo fechado: menos comum, pode apresentar sintomas como dor ocular intensa, visão embaçada e halos coloridos ao redor das luzes. – Glaucoma congênito: presente desde o nascimento, embora raro.
3. Quais são os fatores de risco para o glaucoma?
Os principais fatores de risco incluem: – Idade avançada. – Histórico familiar de glaucoma. – Miopia alta. – Uso prolongado de medicamentos com corticosteroides. – Diabetes mellitus. – Hipertensão arterial. – Histórico de trauma ocular. – Etnia: pessoas de ascendência africana têm maior risco.
4. Quais são os sintomas do glaucoma?
O glaucoma de ângulo aberto geralmente não apresenta sintomas iniciais, sendo muitas vezes assintomático até estágios avançados. Já o glaucoma de ângulo fechado pode apresentar sintomas como dor ocular intensa, visão embaçada e halos coloridos ao redor das luzes.
5. Como é feito o diagnóstico do glaucoma?
O diagnóstico é realizado por meio de exames oftalmológicos detalhados, incluindo: – Medição da pressão intraocular. – Exame do fundo de olho para avaliar o nervo óptico. – Teste de campo visual para identificar perdas periféricas de visão. – Gonioscopia para examinar o ângulo de drenagem do olho.
6. O glaucoma tem cura?
Não, o glaucoma não tem cura. No entanto, pode ser controlado com tratamento adequado, evitando a progressão da doença e a perda de visão.
7. Quais são as opções de tratamento para o glaucoma?
As opções de tratamento incluem:
– Uso de colírios para reduzir a pressão intraocular. – Medicamentos orais. – Tratamentos a laser. – Cirurgias, em casos mais avançados.
O tratamento é individualizado, considerando as características de cada paciente.
8. Como o clima de Belo Horizonte pode afetar o glaucoma?
Belo Horizonte apresenta um clima predominantemente seco, especialmente durante o inverno, com baixa umidade do ar. Essa condição pode ressecar as superfícies oculares, incluindo a córnea, levando a desconfortos como ardência, vermelhidão e sensação de corpo estranho nos olhos. É recomendável o uso de lubrificantes oculares e proteção contra vento e poeira para manter a saúde ocular.
9. Quando devo procurar um oftalmologista?
É recomendável consultar um oftalmologista se você notar:
– Visão embaçada ou turva. – Dificuldade para enxergar à noite. – Sensibilidade aumentada à luz. – Alterações frequentes na prescrição de óculos. – Histórico familiar de glaucoma.
Uma avaliação oftalmológica detalhada é essencial para diagnóstico precoce e tratamento adequado.
10. O Centro Oftalmológico de Minas Gerais oferece tratamento para glaucoma?
Sim, o Centro Oftalmológico de Minas Gerais possui uma equipe especializada em glaucoma, oferecendo diagnóstico preciso e tratamentos adequados para cada caso. Para agendar uma consulta ou obter mais informações, entre em contato conosco.